#espaço da democracia
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rtrevisan · 11 months ago
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As bases da crítica, segundo Montaner
Segundo Josep María Montaner, toda crítica é a emissão de um julgamento, e se desenvolve em proximidade à teoria, à estética (forma como se apresenta) e à história. Muito mais que promover ou negar, ou que estabelecer obras melhores e piores, é muito mais completa, possui desafios metodológicos e contradições internas característicos das atividades com o mais amplo sentido cultural. Por exemplo,…
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anotsosecretdreamer · 5 months ago
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Atenção leitor do meu blog para o toque de 5 segundos ...
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Começou hoje o @torneio-sexymen-brasil, e as enquetes de grupo só duram 24h. Como eu só saio do trabalho agora resolvi unir todas as minhas bocas de urna em um textão.
Começando forte com o Grupo 1 - Atores de Novela
Já de primeira uma escolha difícil, mas o meu voto teve que ir para o nosso metamorfo Caio Blat
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Sem brincadeira, a habilidade desse homem de fazer os papeis mais nichados possíveis é impressionante; e de alguma forma ele consegue ser um gostoso em todos
Vou falar mais de Caminho das Índias e Império que é o que eu sei mais
A gente já começa forte com o fofo do Ravi
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Um dos membros menos problemáticos dos Ananda, junto com a Isis Valverde ele nos deu uma história de amor maravilhosa sobre amor entre pessoas de culturas diferentes e o amadurecimento necessário para ter um casamento saudável
Isso tudo abusando de cenas de paixão e sofrimento; sendo para alguns (*cof*eu*cof*) o melhor casal da novela
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Mas um sexymen é, por definição, alguém que vive na área cinzenta do espectro moral
Não seja por isso, porque indo na direção completamente oposta de mocinho inocente e apaixonado nós temos José Pedro Medeiros de Mendonça e Albuquerque
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O filho de ouro da Dona Maria Marta, começou a novela como um menino mimado que não dá a mínima para a família, se acha merecedor de todo o império dos pais, mas que toda vez que faz uma burrada volta correndo para a mãe para não ter que lidar com as consequências
*spoiler*
Mas no fim da novela é revelado que ele é o misterioso rival Comendador, que diversas vezes tentou matar o próprio pai. Apesar de ele ter perdido o posto de vilão na lembrança popular para o Maurílio (Carmo Dalla Vecchia) ele rende muitas cenas emocionantes durante a trama
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Em seguida temos o Fernando, irmão mais novo do Edgar de Lado a Lado; vou confessar que esse é o que eu me lembro menos porque eu focava nas partes da Isabel e do Zé Maria
Um antiheroi de categoria, Fernando passa a perna no próprio pai e irmão como vingança de ter sido destratado a vida toda por ser fruto de um caso do pai com uma ex-escrava. Mas ao mesmo tempo nunca perdeu o carinho pela mãe de criação, que sempre o amou.
Definitivamente um "homem de seu tempo" Fernando participa de várias cenas que destacam cenários de discriminação da época. Mas ele é tão lindo que a gente releva (só que não)
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Outras duas novelas que eu queria destacar, mas não acompanhei foram Joia Rara e Liberdade, Liberdade
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Em Joia Rara ele foi o monge Sonan, mostrando uma versatilidade a par do Tony Ramos, e mais uma vez protagonizou uma história de amor entre pessoas de culturas diferentes (pontos bônus pelos óculos de ar de intelectual)
E em Liberdade, Liberdade ele vive o André, um gay super elegante que deu azar de nascer no meio da Inconfidência Mineira. Ele é apaixonado pelo amigo o coronel Tolentino, e infelizmente os dois morrem no final. Eu acho que ele merecia ganhar porque se o Tumblr não é o site das gays trágicas eu não sei onde é
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Eu sei o que vocês estão pensando, "Por que você gastou 1 hora digitando isso, se Wagner Moura vai ganhar de lavada?"
Primeiro, porque pensamento derrotista é como a democracia morre, é ano de eleição e devemos fazer o nosso dever cívico. Segundo, porque eu gosto de torcer pra que tá perdendo. E terceiro porque eu tô com ranço do Wagner Moura porque enquanto tava o Brasil inteiro babando ovo nele como o Lobo do Gato de Botas, o lindo não se dignou a vir aqui e fazer a dublagem do PRÓPRIO PAÍS e a gente teve que se contentar com o Sérgio Moura (Nada contra, muito pelo contrário).
Gostaria de terminar agradecendo a organização por todo o esforço pra dar para a comunidade Brasileira esse espaço de surto seguro diante ao apocalipse que estamos vivendo 💗💛💚💙
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vltpodcast · 3 months ago
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A VOZ DA VERDADE - Episódio #02
Saudações, moradores de Arcanum! Quem lhes fala é a Voz da Verdade, trazendo para vocês uma atualização sobre o que vem acontecendo na nossa bela cidade. Desde o primeiro episódio, tenho recebido mensagens de apoio daqueles que querem ter uma conversa franca sobre todas as mentiras que têm sido contadas para nós, assim como ameaças que eu tenho certeza de que partem de um certo governante que não deixa o seu trono de vidro para nada, nem mesmo para tentar nos enganar com uma melhor encenação de compaixão.
Estamos perto do aniversário de um mês da tragédia no Baile das Sombras, e depois de nos oferecer um pronunciamento raso, garantindo que os culpados seriam levados para a justiça, continuamos sem respostas oficiais, tendo que fingir normalidade diante do clima de insegurança que se espalha pela cidade. Aumentar a quantidade de soldados nas ruas deveria nos deixar mais tranquilos? Os mesmos soldados que não viram nada quando a caixa foi deixada na entrada do Sortilégio da Ganância, na noite mais importante da cidade? 
Malachai Wheeler e Carter Montgomery mereciam que os seus colegas da Citadel tivessem maior cuidado, maior preocupação em fazer justiça por eles. Mas será que podemos mesmo culpar nossos soldados quando eles respondem a alguém que parece ter seus próprios interesses em jogo? É difícil acreditar que o Capitão Rosado esteja se esforçando para resolver esse terrível crime quando o seu histórico inclui investigações sobre a sua conduta que foram jogadas para debaixo do tapete sem qualquer explicação.
E por falar em encobrir rastros, quem leu a entrevista postada pelo Arauto do Outono com Nero Ravencroft? Inicialmente, me causou estranheza ler que ele não tinha crítica alguma para fazer à forma como as investigações têm sido conduzidas ou como Miguel tem se mantido recluso, mas me bastou vasculhar brevemente e achei a resposta. O jornal editou, e muito bem, algumas respostas do vencedor do concurso.
Repórter: Ver o Lúcifer na festa foi uma baita surpresa, não é mesmo? Pessoalmente, eu adorei a fantasia. Como é finalmente poder estar próximo ao seu pai novamente? Vocês já tiveram a oportunidade de conversar desde a chegada dele? Resposta Editada: Ele certamente não perderia a chance de ir à festa e se tornar o assunto da cidade, ele é extravagante assim, mas acho que é uma das coisas que mais gosto nele. Sobre sua outra pergunta, se já conversei com ele, digamos apenas que o cumprimentei e é isso. Não confunda relações familiares mundanas com as demoníacas, nós não fazemos almoço aos domingos e conversamos sobre as amenidades do trabalho na semana. Os milênios e o inferno tornam “filho” apenas um título. Resposta Original: Ele certamente não perderia a chance de ir à festa e se tornar o assunto da cidade, ele é extravagante assim, mas acho que é uma das coisas que mais gosto nele. E… [muda de posição na cadeira] é bom trazer um pouco de equilíbrio na balança moral da cidade, principalmente para criaturas das trevas já que Miguel era o único poder político em Arcanum. Lúcifer aqui não abre maior espaço para a democracia, afinal? Pois se o poder é centralizado na mão de um só, se torna uma espécie de absolutismo e… se importa se eu…? [acende um cigarro sem esperar resposta] sobre sua outra pergunta, se já conversei com ele, digamos apenas que o cumprimentei e é isso. Ele sabe da minha lealdade, não confunda relações familiares mundanas com as demoníacas, nós não fazemos almoço aos domingos e conversamos sobre as amenidades do trabalho na semana. Os milênios e o inferno tornam “filho” apenas um título.
O jornal ainda finalizou a sua matéria nos dizendo que Nero pedia para os moradores deixarem as suas diferenças de lado, pois a cidade precisa da nossa cooperação e ajuda, e “Miguel [...] é um só”. No entanto, ao ouvir o contexto, é possível notar que a sua mensagem final era muito diferente daquela que foi apresentada.
Nero: Até quando vão nos manter aprisionados nessa redoma, curvados aos caprichos daquele merda e sem qualquer coisa a dizer sobre que rumo as coisas tomam? Ao invés de tentarmos achar um culpado em nossos vizinhos, deveríamos estar deixando as diferenças de lado momentaneamente para assumir o controle da situação. Miguel é poderoso, mas ele é um só.
Entramos em contato com Nero para saber se ele tinha algum comentário à fazer, e ao contrário de Miguel, ele não nos decepcionou.
Eu deveria ter suspeitado que haveria censura por parte do Miguel. Ele sabe que seu poder está ameaçado pelo ocorrido na festa e não só por isso, pela chegada de Lúcifer também. Lúcifer aqui não abre maior espaço para a democracia, afinal? Ele trouxe um equilíbrio para a balança, deu uma nova perspectiva para criaturas das sombras e para aqueles que não concordam com o Absolutismo de Miguel. O poder está centralizado há centenas de anos nas mãos de um único líder e não há democracia nisso. Quando nós demônios almejamos um posto ou subir na hierarquia, nós tomamos esse poder até que outro mais poderoso ou mais forte tome nosso lugar. Até o inferno com suas próprias leis consegue ser menos ditador e imperialista do que Arcanum. Puta merda, nem o direito de ir embora as pessoas possuem, ou manter contato com o mundo externo e agora temos a censura. Mas ainda sobre os acontecimentos da festa, espero que os familiares das vítimas estejam sendo amparados. Alguns podem pensar que nós demônios não somos dotados de empatia, e realmente não somos na maior parte do tempo, mas algumas coisas são baixas demais. Seja lá quem foi que fez aquilo, além de desrespeitar um território neutro, acabaram com uma festa perfeitamente boa. E um ponto importante que vale ressaltar, é que isso aconteceu bem debaixo do nariz do “todo poderoso Miguel”. Quando estava cuidando dos meus círculos infernais, nada acontecia sem que eu soubesse, tinha total controle sobre o meu domínio e qualquer coisa de errado ou diferente que acontecesse, sei que o mesmo acontece com outras espécies, líderes de clãs, packs, cortes e seja lá lúcifer o que mais; o que nos leva a conclusão de quão péssimo líder ele é. Passar uma mensagem para Lúcifer? Por favor. Isso foi para causar histeria na cidade, abalar o poder. Provavelmente pode ser um golpe em breve, enquanto todos estão distraídos desconfiando uns dos outros. É a desarmonia entre as espécies que os tornam fortes, pois isso destrói qualquer senso de pertencimento que pudéssemos ter para tomar o real controle sobre não somente a cidade, mas nossas vidas. Até quando vão nos manter aprisionados nessa redoma, curvados aos caprichos daquele merda e sem qualquer coisa a dizer sobre que rumo as coisas tomam? Ao invés de tentarmos achar um culpado em nossos vizinhos, deveríamos estar deixando as diferenças de lado momentaneamente para assumir o controle da situação. Miguel é poderoso, mas ele é um só.
Antes de ir embora, gostaria de deixar um alerta. Soube, pelas minhas fontes, que Miguel teve algumas interações tensas com moradores da cidade que tentaram conversar com ele no Palácio de Vidro, e nos próximos dias, ele deve introduzir uma nova distração para ganhar pontos com a cidade. Aproveite os mimos que ele certamente vai lhes dar, mas não se deixe enganar, ele não quer o nosso bem.
Até a próxima transmissão com mais informações sobre o que eles não querem que você saiba.
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stephaneparede · 5 days ago
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🌐 A internet pode ser um espaço de informação e democracia – ou de manipulação e ódio.
No #DiaDaInternetSegura, precisamos falar sobre a luta por uma rede que proteja as pessoas, e não os bilionários da tecnologia.
O Brasil avançou com o Marco Civil da Internet, mas as plataformas seguem lucrando com fake news, discurso de ódio e ataques à democracia. Regular a internet não é censura, é responsabilidade!
Enquanto isso, decisões como a da Meta de enfraquecer a checagem de fatos mostram que as big techs escolheram um lado. E não é o nosso.
Estudo Tecnopolítica: ideias e geopolítica na regulação da internet brasileira no meu doutorado e cada vez que me aprofundo no tema tenho mais certeza de que: se não enfrentarmos essa batalha agora, a internet será cada vez mais uma arma contra a democracia.
#MarkZuckerberg #INTERNET #MarcoCivilDaInternet
💬 Comenta aqui: o que precisa mudar pra termos uma internet mais segura e justa? #brasil
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sopalgbtqia · 6 months ago
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Um corpo que o Brasil sempre condenou à prostituição, ao escárnio, a não andar sob o Sol, torna-se, por votação popular, a melhor deputada federal do país.
Só desejo, só espero, que muitas mais entrem pela porta da frente como Érika Hilton entrou. Os espaços de poder em uma real democracia pertencem a qualquer pessoa que queira estar lá, com dignidade e competência, coração e abraço, para estar lá, na luta pelo avanço de direitos e equidade.
Em meio a tanto atraso e tanta ignorância, temos um vendaval chamado Érika arejando o plenário e nossa crença em dias menos poluídos.
#lgbtpride #orgulholgbtqia #orgulhotrans #transgeneridade #direitostrans #direitoshomoafetivos orgulholgbt🏳️‍🌈 #lgbt #comunidadelgbtbrasil #comunidadelgbt #lgbt #lgbtq🌈 #direitoslgbt #historialgbt #lgbbtq #lgbtqia #resistêncialgbt
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avistadamontanha · 9 months ago
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A primeira presidenta da história do México, Claudia Sheinbaum, ganhou com 59,5% dos votos.
A presença de mulheres na política é essencial para a promoção de uma democracia mais representativa e inclusiva.
As mulheres no poder executivo, legislativo e/ou judiciário, trazem perspectivas únicas e diversas que refletem melhor as necessidades e interesses de toda a população, contribuindo para a formulação de políticas públicas mais equitativas e justas.
Além disso, a participação feminina na política pode inspirar outras mulheres e meninas a se envolverem em processos de decisão e liderança, rompendo barreiras históricas de desigualdade de gênero e fortalecendo a justiça social e a igualdade de oportunidades.
Parabéns aos cidadãos mexicanos e as mulheres. Que cada vez avancemos e conquistemos espaço há muito tempo negados à nós!
Fonte:<https://www.brasil247.com/americalatina/no-mexico-gleisi-celebra-vitoria-de-claudia-sheinbaum-primeira-mulher-a-presidir-o-pais-video>
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ninguemlibertaninguem · 2 years ago
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Gênero e sexualidade na escola
Primeiro, não se pode negar que gênero e sexualidade estão presentes no espaço escolar tal como está presente fora dele. Esses, de formas diferentes, são constituintes de cada pessoa na sua forma de estar no mundo e de firmar laços uns com os outros.
Para tratar do tema, professores e instituições de ensino são guiados por aspectos legais e princípios pedagógicos que criminalizam a transhomofobia nas abordagens do tema de reprodução, sexualidade e gênero.
Aspectos legais
Infelizmente a legislação brasileira possui nenhuma lei que defende pessoas trans. Por quê? Não é por falta de luta, mas processo de tramitação de leis necessariamente passa pela aprovação do congresso nacional, que é muito conservador.
O que nos sobra? As sanções do STF. Duas são importantes:
O reconhecimento da ADO (Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão) n° 26 que enquadra transfobia e homofobia na Lei de Racismo até que estes crimes possuam leis próprias.
A derrubada da lei de proibição do ensino da linguagem neutra nas escolas por inconstitucionalidade diferida em Rondônia. Mesmo que seja uma sanção ao estado de Rondônia, pelo princípio de extensão, torna inconstitucional qualquer município que faça o mesmo.
A equiparação legal dos crimes de racismo e transfobia deixa claro o caráter criminoso e qualificado das ações discriminatórias contra pessoas LGBT, além de reconhecê-las como grupo minoritário, historicamente estigmatizado e alvo de políticas públicas de reparação histórica. Nesse sentido, tal reconhecimento vai de encontro ao Art. 3 da Constituição, na qual afirma-se os deveres do Estado Brasileiro de enfrentamento às discriminações, e no Art. 5, sobre a postura do Estado Brasileiro com repúdio ao racismo.
Apesar da Constituição Federal não citar explicitamente a questão do gênero e da sexualidade, ela fica implícita quando abre o reconhecimento de discriminações além das citadas, quando fala de raça, quando fala de sexo, quando fala das relações desiguais de poder, quando fala de respeito à pessoa humana, quando fala de educação. Isso porque gênero, muito mais que identidade pessoal, é uma categoria de análise sobre performances historicamente estilizadas e repetidas, que levam a normalização de uns e a abjeção de outros.
A derrubada da leia contra o uso de linguagem neutra foi justificada por ser inconstitucional que qualquer ente federado (estados ou municípios) legisle sobre as diretrizes educacionais. Isso significa que qualquer projeto de lei que vise interromper diretamente com os conteúdos trabalhados em sala são inconstitucionais, valendo, portanto, a legislação maior. 
No campo específico da educação, outras leis entram em ação. Excetuando uma, a maioria apresenta propostas e discursos que tangenciam o campo de gênero e sexualidade, sem de fato ser mencionado. Logo no Art. 205 da CF há o princípio educacional de "pleno desenvolvimento da pessoa", o que envolve o plano pessoal dos alunos, e no Art. 206 as instituições de ensino têm garantido sua autonomia de escolha de concepção pedagógica e o ensino “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber”.
Contraditoriamente ao princípio de autonomia pedagógica, a LDB (Lei de diretrizes e bases da educação nacional), mesmo afirmando os princípios constitucionais nos Art. 2 e 3, imbuí caráter obrigatório na BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que possui uma concepção pedagógica muito definida, no Art. 26. De toda forma, a LDB cita conceitos como a promoção da cultura, da diversidade, da democracia, dos direitos humanos e da realidade brasileira como temas transversais nos conteúdos escolares, porém harmonizados aos princípios da BNCC, principalmente no Ensino Médio (ver Art. 26, 27 e 35).
O texto final da PNE 2014 (Plano Nacional de Educação) não apresenta qualquer objetivo voltado diretamente à inclusão de pessoas LGBT, deixando a cargo dos municípios e estados a interpretação e aplicação do que seria o sistema educacional inclusivo, a promoção dos direitos humanos, a superação de todas as formas de discriminação e o que considerar como igualdade de permanência escolar quando se trata de LGBT. 
O PNEDH (Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos) é o único documento voltado para a orientação educacional que menciona diretamente a necessidade da inclusão das questões de gênero e sexualidade no currículo da Educação Básica. O PNEDH é derivado do PNDH-3 (Plano Nacional de Direitos Humanos),  que não sobreviveu ao governo Bolsonaro, e que reconhece os Direitos Sexuais e os coloca como pautas de políticas públicas. Além disso, o PNEDH, que sobreviveu ao governo Bolsonaro e ainda está, supostamente, em vigência, reconhece o gênero, sexualidade e outras categorias identitárias como presentes na educação em diversos ambientes além da educação básica.
O que a BNCC diz?
De adiantamento, nada muito bom. 
A BNCC segue a linha da pedagogia das competências, cujo objetivo é oferecer um currículo mínimo, sem conhecimento crítico, com viés técnico-científico, com formação central para o mercado de trabalho e que desenvolva o projeto de vida (uma forma de individualizar os problemas coletivos e promover o empreendedorismo-bolo-de-pote). Atenção a tudo que o currículo coloca como técnico-científico, porque nenhuma produção de conhecimento é neutra e, quando se diz ser, é porque ela serve ao status quo, isto é, no atual estágio do capitalismo, serve ao neoliberalismo. 
Além disso, quando se trata de “formação para o mercado de trabalho”, faça perguntas, como: educação pra quem e pra quê?  Para quais espaços do mercado de trabalho? A BNCC, sendo sobre competências mínimas e despreocupadas com excelência de ensino, junto com as demais políticas educacionais promovem mais desigualdades (o que na pesquisa chamamos de dualismo escolar) do que igualdades. 
Mesmo que os princípios éticos, estéticos e políticos da BNCC sejam princípios neoliberais, seus dizeres, assim como os das leis citadas acima, também podem ser interpretados de forma a basear uma educação emancipadora e apontar comportamentos inadequados em práticas pedagógicas. Destaque para as competências gerais 9 e 10:
Competência 9: Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. Competência 10: Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
O que a BNCC aponta sobre reprodução humana, educação sexual e gênero como conteúdo curricular?
Nesse ponto, pode-se perguntar o que é o “saber escolar”, ou o que é que nós aprendemos na escola. Na linha tecnicista e não-crítica da BNCC, o saber escolar é o conteúdo científico adaptado para sala de aula dividido em etapas de complexidade progressiva. Os critérios de adaptação são frequentemente omitidos mesmo para os professores e a BNCC, ao dar essa seleção já pronta, mais os livros didáticos retiram mais ainda das mãos dos professores a autonomia do conhecimento escolar. Mesmo os professores que tentam ser mais conscientes encontram dificuldades em dar sempre boas aulas, porque o trabalho e acúmulo de tarefas está ficando cada vez maior pra cima da classe como um todo.
Conforme mostra essa análise (recomendo a leitura para mais contexto), gênero só aparece diretamente no texto da BNCC quando referido aos gêneros textuais, sem espaço para a discussão do gênero socialmente construído entre as pessoas. O mesmo se repete com sexualidade, sendo usado apenas para se referir à reprodução humana e, mesmo brevemente citando que há "múltiplas dimensões da sexualidade humana”, não abre espaço para debater a sexualidade por privilegiar os aspectos biológicos-higienistas.
Por fora dos termos diretos, a BNCC trata de gênero e sexualidade a todo momento dentro das ciências humanas (história, geografia, ciências da religião, sociologia) contraditoriamente, sem mencionar propriamente os assuntos, esvaziando o debate e o conteúdo. Acontece que, ao não relatar explicitamente quais as relações desses conteúdos com gênero, classe, raça, etnia e sexualidade, a BNCC naturaliza e promove ainda mais a correspondência cisheterosexual, a misoginia, o racismo, os capacitismos e demais formas de descriminação baseadas na forma dos corpos.
Esse currículo reproduz a sociedade capitalista, o sistema patriarcal, o capacitismo, o racismo e outras estruturas de poder. Mas, a superação disso pode ser feita com os mesmos conteúdos a depender da abordagem crítica do professor.
Pessoalmente, não gosto da BNCC e já deixei claro alguns dos motivos para isso, mas também porque é um regresso em relação ao PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) ainda assim entendo que, no final, vou ter que acabar tendo que consultá-la. Eu acredito também que a superação das limitações da BNCC pode ser feita trabalhando os mesmos conteúdos, mas é preciso uma abordagem crítica na construção do currículo, o que de fato só se consegue se houver entendimento entre os professores e os coordenadores, talvez, assim, dê para radicalmente alterar os pressupostos base do currículo e também mexer nos conteúdos.
Se a BNCC é tão ruim assim, porque professores e coordenadores acabam baseando-se nela? Primeiro, porque é mandatório e, segundo, porque acaba sendo do interesse dos fazer o ENEM ou participar nas provas de avaliação do Ideb, que são provas de larga escala feitas com base na BNCC. Os vestibulares são de interesse dos alunos e, sendo uma demanda dos alunos, os professores acabam acatando esse conteúdo.
Mas, do fim ao cabo, alunos, além da coordenação ou mesmo dos pais, acabam tencionando o conteúdo escolar através de pedidos, dúvidas, reclamações ou o desempenho geral da turma. Então, às vezes, vale o risco de pedir um conteúdo diferente ou uma abordagem diferente.
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geografianapratica · 2 years ago
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Reflexões sobre o uso de tecnologias no ensino de Geografia
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Você já se deu conta de que estamos vivendo um período de constante transformação e que isto se reflete em todos os aspectos de nossa vida? Com o mundo em constantes mudanças e evoluções tecnológicas em todas as áreas, a educação não pode se excluir. Os estudantes cada vez mais possuem acesso às tecnologias e com elas devemos nos atualizar e trabalhar em conjunto em prol da educação
Ao pensar o ensino de geografia, é fundamental considerar a utilização de diferentes ferramentas, capazes de facilitar a compreensão da relação tempo e espaço, e das relações sociais que os geraram, além do desenvolvimento do raciocínio geográfico. O raciocínio geográfico pode ser concebido como a capacidade de estabelecer relações espaço-temporais entre fenômenos e processos, em diferentes escalas geográficas.
Segundo José Moran, a educação precisa alinhar o escopo da sala de aula ao mundo externo, promovendo aprendizagens significativas e que estejam alicerçadas nas narrativas dos estudantes para que possam contribuir efetivamente em sua formação, inserindo-os como indivíduos atuantes na realidade que os circunda. Nesse contexto, surgem as metodologias ativas que visam redesenhar a forma de ensinar e de aprender que reposicionam a sala de aula como espaço de cocriação, em que estudantes aprendem por meio de desafios instigantes.
Na percepção de Mario Sergio Cortella, o docente precisa se inserir na realidade do estudante de forma a estabelecer pontes com seu mundo. Familiarizar-se com a tecnologia, por exemplo, seria um bom ponto de partida para assimilar o que os estudantes já fazem e tentar integrá-los àquilo que queremos ensinar.
Ao se pensar em tecnologias no ensino de geografia, é preciso ir além do uso do data-show projetando slides, e para se adaptar a esses avanços, se faz necessário que o professor, busque formações continuadas, atualizando assim seu portifólio de estratégias de ensino.  Sendo a escola o espaço de construção do conhecimento formativo, faz-se pertinente que a ciência geográfica seja trabalhada de maneira a conduzir os estudantes na construção do conhecimento geográfico.
No entanto professor não tem que se tornar num especialista em tecnologias, pois o que se pretende é ensinar por meio de novos recursos (tecnologias digitais) e não ensinar o uso da tecnologia em si. Sendo assim, deve-se criar condições para que os docentes se apropriem das formas de utilização de tecnologias digitais, dentro de sua competência profissional e com isso crie possibilidade de aplicações educacionais.
Referência Bibliográfica
MARASCIULO, M. Cortella: “Uma democracia não é ausência de ordem, é ausência de opressão”. Revista Galileu, São Paulo, 2 jun. 2020. Disponível em: https:// revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2020/06/cortella-uma-democracia-naoe-ausencia-de-ordem-e-ausencia-de-opressao.html. Acesso em: 22 fev. 2023.
MORAN, J. M. A educação que desejamos novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus, 2007.
SILVA, Graziani Mondoni.  Uso de tecnologias digitais no ensino de geografia escolar: potencialidades e limitações. Dissertação Mestrado. IFES– 2017.
SOUSA, Francisco Wellington de Araujo. O uso do Google Earth como recurso didático no ensino de geografia. VI CONEDU. Fortzaleza.  Out. 2019
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zuvii · 2 days ago
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Como quem antecipa
Ferritina baixa, cansaço acumulado, não sabendo nós qual chegou primeiro
Estudamos a precedência como quem antecipa
Cantamos a cappella contra o capitalismo, a jornada estupidamente longa de trabalho, as tarefas que anestesiam neurónios, as notícias, o clima, o algoritmo, a autocracia
Não sabemos para onde nos virar
Sonhamos com uma democracia de afetos, cuidamos dos nossos como eles de nós, caminhamos depressa demais para o ritmo das coisas, afastamo-nos do corpo e o corpo do espaço, deambulamos numa atmosfera de metano
E isto ano após ano após ano
Saltamos a pausa, mas a bioquímica sinaliza Que a pressa fere o equilíbrio Que o orgulho mata a ponte Que o pulso não pode construir memória  - sozinho
Precisa do tronco Precisa do tempo Precisa, é claro, do pensamento
Não sabemos para onde nos virar
E isto ano após ano após ano
E se for novo, o pressuposto? Talvez nem sempre tenhamos de ficar onde é “suposto”.
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mgmassouh · 14 days ago
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Censura ou Ordem? O debate que não sai do feed
No início de 2025, repercutiu na internet uma declaração lamentável do maior conglomerado de redes sociais, que conta com milhares de usuários, sobre o fim da checagem de fake news. Ao mesmo tempo, um deputado mineiro de direita disseminou desinformação sobre uma suposta crise do Pix, afetando a economia popular. Esses acontecimentos reacenderam uma discussão acalorada na sociedade, envolvendo, inclusive, os chamados ‘quatro podres’ (Executivo, Legislativo, Judiciário e imprensa)
O Projeto de Lei 2630/2020, que propunha a criação da “Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet”, gerou forte polarização entre esquerda e direita devido a argumentos distintos, polêmicos e controversos. A proposta tinha o potencial de impactar milhares de jovens da geração millennial no ambiente digital. Um dos principais debates girava em torno da possibilidade de censura à liberdade de expressão. No entanto, o objetivo do projeto era regulamentar a internet para combater o cyberbullying, o discurso de ódio e a disseminação de desinformação.
A falta de compreensão aprofundada sobre o tema levou a interpretações equivocadas, enquanto aqueles que estudaram o assunto em detalhe desenvolveram pareceres bem fundamentados a favor ou contra a proposta. A demora na tramitação do projeto pode contribuir para um cenário de “terra sem lei”, permitindo a proliferação de conteúdos extremamente problemáticos, como crimes cibernéticos, pornografia infantil e a divulgação não autorizada de sextapes. Assim, a discussão sobre a necessidade de regulamentação na internet continua sendo um tema urgente e crucial para a proteção dos usuários.
No vasto território digital, onde as redes sociais são as novas praças públicas e os gigantes do Vale do Silício se comportam como deuses invisíveis, qualquer tentativa de regulação vira “censura”. Eles pregam a liberdade absoluta, mas só quando ela protege seus lucros. Acumulam fortunas incalculáveis enquanto discursos de ódio, golpes e desinformação correm soltos. Se alguém sugere impor limites, logo disparam alertas de autoritarismo, como se qualquer regra fosse um ataque direto à democracia. Curioso é que, quando seus próprios interesses estão em risco — seja por concorrência inesperada ou ameaças a seu monopólio —, correm para exigir regulações, tribunais e proteções. Liberdade, afinal, é um conceito maleável.
Enquanto isso, seguimos rolando o feed infinito, consumindo manchetes rápidas, memes engraçados e debates inflamados. Nos acostumamos a esse faroeste digital, onde tudo parece permitido, mas o jogo já vem viciado desde o começo. Algoritmos decidem o que vemos, o que pensamos e, de certa forma, no que acreditamos. As redes, que pareciam um espaço democrático, são apenas vitrines controladas por poucos, onde nossa atenção é o produto mais valioso. E assim, entre curtidas e compartilhamentos, seguimos acreditando que temos voz, que participamos, que escolhemos — quando, na verdade, somos apenas peças bem treinadas em um jogo onde os verdadeiros jogadores nunca perdem.
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glaucocortez · 19 days ago
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A democracia além da representatividade liberal
não seria possível atuar além desse espaço delimitado pelas democracias representativas? A diferença entre microempreendedor, artesão e controle dos modos de produção – Carta Campinas A diferença entre microempreendedor, artesão e controle dos modos de produção
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gazetadoleste · 25 days ago
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Após restauração, relógio do século XVII volta ao Planalto como símbolo democrático (veja vídeo)
O histórico relógio de Balthazar Baltimore, danificado durante os ataques ao Palácio do Planalto em 8 de janeiro, foi restaurado e agora ocupa um espaço de destaque no gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O artefato, que simboliza a resiliência da democracia brasileira, foi mostrado por Lula ao ministro dos Transportes, Renan Filho, em uma publicação nas redes sociais nesta…
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renatoferreiradasilva · 30 days ago
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Dudu Veiga Pensa Que é Pedro Álvares Cabral
Na penumbra da Cafeteria do Sócrates, o aroma do café fresco impregnava o ar como uma lembrança persistente. O espaço, repleto de estantes abarrotadas de livros e quadros com cenas da Grécia clássica, parecia uma ilha isolada no tumulto da cidade. Sócrates, dono e anfitrião, movia-se entre as mesas com a leveza de quem carrega o peso da filosofia nos gestos.
Em um canto, reunia-se um grupo singular. De um lado, ambientalistas, rostos marcados pelo sol e camisas desbotadas que gritavam pela preservação. Do outro, militares aposentados e um promotor de justiça, suas presenças firmes destoando da casualidade ao redor. A conversa fluía com a tensão de um rio represado.
"Vocês ouviram sobre o General Dudu Veiga?", perguntou Marcos, um dos ambientalistas, enquanto mexia o café sem perceber que já estava frio. Sua voz carregava um tom de indignação, quase eufórico.
"Claro", respondeu o General Mendes, endireitando a postura. "A tentativa de golpe fracassou, mas a sujeira que veio à tona é uma ameaça em si. Descobrimos que Dudu Veiga estava diretamente ligado a narcotraficantes na Amazônia, financiado por investidores que lavam dinheiro e destroem a floresta."
Ana, com os cabelos cacheados presos de maneira apressada e um caderno repleto de rabiscos ao lado, interrompeu: "Anos denunciando crimes ambientais naquela região, e só agora, com o envolvimento de um general, começam a prestar atenção."
O General Almeida, o mais velho, inclinou-se. "Dudu Veiga não é apenas um militar corrupto. Ele gosta de dizer que carrega o espírito de Pedro Álvares Cabral, mas o que ele protege é um império de devastação. Os narcotraficantes agem em parceria com empresários inescrupulosos, enquanto terras indígenas e parques nacionais são devastados."
Sócrates, que ouvira o suficiente enquanto servia chá em outra mesa, aproximou-se. Seu sorriso enigmático parecia carregar a sabedoria de Platão e a ironia de Diógenes. "É curioso, não? Platão já dizia que a injustiça, quando amparada por aqueles que deviam combatê-la, é o maior de todos os males."
"E o que fazemos com essa injustiça, Sócrates?", perguntou Ana, desafiando o filósofo da cafeteria.
Ele pousou a bandeja e sentou-se sem cerimônia. "A questão, minha cara, não é apenas o que fazer com a injustiça, mas como fazê-lo sem se perder no processo. As instituições democráticas são frágeis, tal como construções de vidro em meio à tempestade. Elas dependem da confiança dos cidadãos e do compromisso inabalável de seus agentes. Quando aqueles que deveriam protegê-las tornam-se seus algozes, a democracia torna-se uma sombra do que deveria ser."
O grupo silenciou, atento às palavras do anfitrião. Sócrates continuou: "Observem como o poder, quando acumulado em demasia, tende a corromper até mesmo os melhores propósitos. A democracia, para sobreviver, exige vigilância constante. Não apenas de vocês, que estão aqui reunidos, mas de toda a sociedade. Porém, o que vemos é um povo que, muitas vezes, delega sua voz e poder sem questionar. E é nesse vazio que figuras como Dudu Veiga prosperam."
Neste momento, Augusto Leal, o promotor de justiça que até então permanecera em silêncio, interveio. "Você está certo, Sócrates. A fragilidade das instituições não reside apenas em sua estrutura, mas na apatia que permite que abusos passem despercebidos. Meu papel como promotor é garantir que a lei seja respeitada, mas a força da lei está intrinsecamente ligada ao apoio da sociedade. E é aí que entra a coragem de pessoas como vocês, que não se calam diante da injustiça."
Ana, com um olhar pensativo, questionou: "Mas como podemos reforçar essas instituições quando elas parecem tão distantes das necessidades reais do povo? Quando aqueles que as comandam se blindam contra a crítica e a mudança?"
Sócrates ergueu uma sobrancelha, ponderando. "A resposta, minha jovem, está na educação. Não falo apenas de escolas, mas de uma cultura que valorize o pensamento crítico, o debate público e a responsabilidade coletiva. É preciso ensinar que a democracia não é um estado permanente, mas um ato contínuo de construção. Sem isso, ela inevitavelmente sucumbe à força de tiranos ou à indiferença do povo."
Augusto assentiu, complementando: "E é por isso que atos como este — a busca pela verdade, a denúncia da corrupção — são tão essenciais. Eles são os tijolos que sustentam o edifício democrático. E mesmo que a estrutura pareça trincar, ela só cairá se desistirmos de repará-la."
O General Mendes, que escutava em silêncio, finalmente falou: "Talvez a democracia seja, de fato, frágil, mas também é resiliente. Se aprendemos algo nos últimos anos, é que sempre haverá aqueles que lutarão por ela, mesmo quando tudo parecer perdido."
Quando a noite se adiantou e a cafeteria começou a esvaziar, o grupo ainda permanecia. Estratégias foram traçadas, medos confessados, mas a centelha de resistência brilhava em seus olhos. Sócrates ergueu sua xícara em um gesto simbólico, um brinde àquilo que ainda estava por vir.
"Que esta aliança, nascida da fragilidade, fortaleça as bases de algo maior. Afinal, como diria Heráclito, a harmonia nasce do conflito."
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cyprianscafe · 1 month ago
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Género e Governação sob o Governo Militar ‘Liberal’
O golpe que foi encenado por Musharraf em 1999 deixou claro que o governo militar nunca pode ser descartado no Paquistão. As elites liberais ficaram aliviadas por não ter outro cruzado moral baseado na fé uniformizado (Zaidi 2015; Zia 2015) e o tema de "moderação esclarecida" de seu governo se tornou a razão de ser para permanecer no comando dos assuntos de estado em vez de convocar eleições e retornar à governança civil.
Uma das mudanças políticas mais importantes que Musharraf fez foi a emenda constitucional que permitiu um aumento substancial em assentos reservados para mulheres em todos os níveis da legislatura. Sob sua liderança, proeminentes ativistas dos direitos das mulheres foram incluídas em seu gabinete e nomeadas para cargos governamentais importantes e influenciaram a política (Zia 2015). Sem dúvida, as mulheres serviram como os principais símbolos da "moderação esclarecida" de Musharraf. Significativamente, não houve nenhum protesto pró-democracia concertado contra seu governo por apoiadores oportunistas em todo o espectro político, incluindo os islâmicos de direita que participaram de seu governo. Embora o lobby e o grupo de pressão do Fórum de Ação das Mulheres que estavam ativos sob o governo de Zia-ul-Haq também se opuseram ao regime de Musharraf, vários membros individuais aproveitaram a oportunidade para participar de processos e programas liderados pelo governo que promoveram as causas das mulheres e tentaram reformar leis discriminatórias. Durante seu governo de uma década, o único desafio concertado antes do Movimento dos Advogados (2007–9) foi o oferecido pelo movimento islâmico radical das mulheres Jamia Hafsa durante a revolta de Lal Masjid em 2007 (Afzal-Khan 2008; Zia 2015).
Apesar do mal-estar da cooptação por um regime militar, essas mulheres-chave nomeadas merecem crédito por alavancar resultados visíveis e progresso para os direitos das mulheres em termos políticos e práticos. Várias comissões foram estabelecidas, políticas de direitos das mulheres foram adotadas e mulheres foram nomeadas em altos níveis estaduais, como governadora do Banco do Estado e nas Forças Armadas. Ainda mais significativo do que os compromissos internacionais, as leis nacionais, como a lei sobre crimes de honra, foram fortalecidas (2004, 2016) e a Lei de Proteção às Mulheres de 2006 efetivamente impediu as Leis discriminatórias de Zina (adultério) de 1979 de uma maneira que nenhum governo anterior havia sido capaz de fazer. Os direitos das mulheres se tornaram parte da narrativa oficial do estado. Os debates parlamentares entre islâmicos e representantes políticos liberais refletiram as contestações nacionais sobre questões femininas na época e são uma leitura rica (Mirza e Wagha 2007; Zia 2015). A noção de governação sensível ao género como meio de atenuar a desigualdade de género, em conformidade com as resoluções da ONU sobre as prioridades de paz e segurança humana, tornou-se parte do suposto compromisso de Musharraf com as políticas de combate ao terrorismo para o Paquistão.
Por outro lado, na província de Khyber Pukhtunkhwa, uma coalizão de partidos religiosos, a Muttahida Majlis Amal (MMA), venceu as eleições de 2002 em um fervor pós-11 de setembro, depois que eles foram autorizados a fazer campanha em troca do reconhecimento da legitimidade de Musharraf como um presidente uniformizado (Zia 2015). Essa coalizão islâmica lançou uma campanha sistemática "anti-obscenidade" para expurgar todos os espaços públicos de imagens femininas, incluindo a remoção de manequins de vitrines e representações em outdoors e outdoors. Abrigos para mulheres foram fechados e participantes de atividades esportivas foram assediadas e atacadas (Brohi 2006). Líderes e ativistas islâmicas foram cúmplices de tais campanhas que incluíam negar às mulheres seu direito de votar nas eleições do governo local.
Havia outras incongruências no regime de "moderação esclarecida", como o tratamento da sobrevivente de estupro/crime de honra, Mukhtaran Mai, cujo caso virou manchete internacional. O general Musharraf alegou que seu caso havia sido exagerado e exemplificou como as mulheres paquistanesas gritam "estupro" toda vez que querem ganhar simpatia internacional e reivindicar direitos de visto/asilo para países como o Canadá. Mais tarde, ele a proibiu de viajar para os EUA para evitar manchar a imagem do Paquistão no exterior (Al Jazeera 2005). Uma mulher rural pobre, Mai passou a lutar por justiça, levando seu caso até a Suprema Corte e se tornou um símbolo global de resistência contra crimes baseados em honra (Mai 2007). Outro caso proeminente foi o de Nilofer Bakhtiar, a ministra do turismo no governo de Musharraf. Em 2007, ela foi forçada a renunciar depois que clérigos aprovaram uma fatwa (édito religioso) contra ela quando jornais publicaram uma fotografia de seu ato "inapropriado" de abraçar o instrutor masculino após uma temporada de paraquedismo na França como parte de uma chamada para a mídia. Ela não foi defendida nem apoiada por seu partido nem pelo presidente do regime de "moderação esclarecida" (Zia 2015).
As contradições inerentes que marcaram a relação entre autoridades religiosas, liderança militar e movimentos progressistas de mulheres continuaram no novo milênio. No entanto, os eventos de 11 de setembro, a Guerra ao Terror que se seguiu e a propaganda resultante sobre a necessidade de resgatar "mulheres muçulmanas oprimidas" abriram dois novos desafios dentro dos discursos feministas. O primeiro foi uma intervenção acadêmica da falecida emigrante paquistanesa, acadêmica radicada nos EUA, Saba Mahmood, que denunciou o resgate feminista colonial da mulher muçulmana como uma justificativa de contra-insurgência (Hirschkind e Mahmood 2002). Esses estudos apelavam ao reconhecimento das aspirações pietistas e não liberais das mulheres muçulmanas e às recompensas da procura da virtude em vez da autonomia, que tem sido um dos principais pilares das plataformas feministas (Mahmood 2005). O segundo foi o esforço concentrado para reformular uma nova práxis em programas de desenvolvimento social para mulheres enfatizando a sensibilidade religiosa em contextos muçulmanos. Os estudos pós-11 de Setembro aprofundaram-se na exploração, no resgate e, em alguns casos, na reinvenção da agência das mulheres muçulmanas veladas, mesmo que isso significasse comprometer o princípio da igualdade (Abu-Lughod 2002; Bano 2012; Jamal 2005; Iqtidar 2011; Mahmood 2005).
Gender, Governance and Islam (Exploring Muslim Contexts) - Deniz Kandiyoti
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discernimentos · 2 months ago
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A Importância da Democratização do Acesso à Cultura e à Educação
A democratização do acesso à cultura e à educação é um pilar fundamental para o desenvolvimento social, econômico e humano de qualquer sociedade. A cultura e a educação têm o poder de transformar a vida das pessoas, abrindo portas para novas oportunidades, novas formas de pensar e novas maneiras de se relacionar com o mundo ao seu redor. No entanto, em muitas partes do mundo, o acesso a esses bens essenciais ainda é restrito, seja por barreiras econômicas, sociais ou políticas.
Quando falamos sobre democratizar o acesso à cultura e à educação, estamos tratando de criar um ambiente em que todos, independentemente de sua classe social, origem ou crenças, possam ter a oportunidade de aprender, desenvolver habilidades e experimentar a riqueza cultural do mundo. Isso significa garantir que a educação não seja um privilégio de poucos, mas um direito de todos. Que as bibliotecas, museus, teatros, cinemas e outros centros culturais estejam ao alcance de cada pessoa, independentemente de sua localização ou situação econômica.
A democratização do acesso à educação também implica em uma educação de qualidade, que não seja apenas um processo de acumulação de informações, mas que desperte o pensamento crítico e permita a formação de cidadãos conscientes, capazes de analisar, questionar e transformar a realidade ao seu redor. Uma educação de qualidade não deve ser apenas técnica, mas também deve desenvolver o ser humano de forma plena, com acesso a diferentes formas de arte, filosofia, ciência e literatura.
Vivemos em um momento em que as divisões políticas podem ser intensas e, muitas vezes, a educação é usada como uma ferramenta para perpetuar certos pontos de vista ideológicos. Isso não só limita a liberdade de pensamento, mas também impede que os indivíduos desenvolvam suas próprias opiniões com base em uma análise profunda e independente.
A verdadeira educação deve ser um espaço onde as ideias podem ser exploradas sem imposições externas. Garantir uma educação imparcial proporciona um ambiente onde as pessoas podem refletir livremente sobre questões sociais, políticas e culturais, sem pressões para adotar uma ideologia específica. Isso é crucial para que cada indivíduo tenha a capacidade de formar suas próprias opiniões, fundamentadas no conhecimento e na reflexão, e não em influências externas ou doutrinação.
Defender uma educação sem viés político é buscar criar um espaço inclusivo onde as diferentes perspectivas possam ser apresentadas e debatidas de forma respeitosa. Esse tipo de educação não tenta moldar mentes, mas as capacita a pensar por si mesmas, a questionar, a pesquisar e a construir suas próprias conclusões.
Essa imparcialidade não significa neutralidade em questões éticas ou morais, mas sim o compromisso de oferecer um espaço de aprendizado onde todos os pontos de vista possam ser discutidos com base em evidências e argumentos racionais. Ao permitir que os estudantes explorem diferentes visões de mundo sem a imposição de uma narrativa única, contribui-se para o fortalecimento da democracia, da tolerância e da capacidade crítica da sociedade.
Em um mundo cada vez mais polarizado, onde opiniões são muitas vezes formadas com base em rótulos e narrativas simplistas, é essencial promover uma educação que capacite as pessoas a pensarem por si mesmas. A educação não deve ser um espaço de doutrinação, mas sim de descoberta, de exploração de ideias, de confronto com as diferentes formas de pensamento que existem no mundo.
Uma sociedade mais crítica, mais informada e mais independente é a que os cidadãos não aceitam as coisas pelo que lhes é dito, mas buscam entender, questionar e analisar, por conta própria. Isso permite que cada indivíduo se desenvolva de maneira plena, sem ser forçado a adotar um ponto de vista, mas com a liberdade de construir sua própria compreensão da realidade.
A educação imparcial também tem o poder de criar pontes, de diminuir as divisões, porque ela encoraja o respeito pela diversidade de opiniões e pela troca de ideias. A propagação dessa abordagem fortalece a capacidade das pessoas de se engajarem em debates construtivos e respeitosos, baseados na razão, no conhecimento e na empatia.
RESUMO:
A democratização do acesso à cultura e à educação, quando combinada com a busca por uma educação imparcial, é a chave para um futuro mais justo, livre e inteligente. Ao trabalhar para garantir que as pessoas possam formar suas próprias opiniões sem interferências externas, cria-se as bases para uma sociedade mais crítica, mais livre e mais capaz de fazer escolhas conscientes e informadas. Esse é um trabalho de longo prazo, mas fundamental para o desenvolvimento das próximas gerações. É a forma mais poderosa de garantir que a verdadeira educação – uma educação que liberta e transforma – esteja ao alcance de todos.
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universos5paralelos · 2 months ago
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Jornal escolar: você me vê?
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A linguagem deve ser uma prática social compartilhada. A palavra não deve se reduzir a um grupo dominante, mas se espalhar pelos mais diferentes grupos. É nesse sentido que o jornal estudantil aparece como meio de comunicação pertinente não só ao trabalho de pesquisa, mas também a criação de um espaço onde alunos e alunas possam se aproximar da complexidade do mundo.
É uma ação afirmativa voltada para as vozes que ecoam dentro da escola. Se transforma em uma dimensão de protagonismo juvenil em prol da democracia.
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